Imparcialidade. Um dos primeiros conceitos com os quais estudantes de jornalismo se deparam no início da faculdade. Quando você é um jovem que pretende mudar o mundo, essa ideia pode ser animadora, mas a realidade pode te deixar um pouco para baixo. Descobrimos que não existe apenas uma verdade e que você é impedido de falar algumas delas de vez em quando.
De repente a ideia de ser herói ou heroína desmorona e surgem os questionamentos sobre o real papel do jornalismo na sociedade. Alguns podem até achar que isso é bobagem e que existe a possibilidade de ser imparcial. Quem está errado nessa história? Estou sendo muito parcial ao olhar para o assunto em questão?
Você já parou para pensar que, enquanto a direita chama um veículo de mídia de esquerdista, a esquerda chama esse mesmo veículo de golpista? De que lado ele está, afinal de contas? Será que está no meio? O meio existe?
Como estudante de jornalismo, é possível ficar muito assustado com o poder da mídia que você ignorou durante toda a sua vida. Tudo o que via eram dois âncoras de um telejornal te dizendo o que de importante está acontecendo no mundo com aquela expressão que exala imparcialidade. No fim do programa, o boa noite que conforta e diz que amanhã teremos mais verdades esclarecedoras.
Estamos falando de influência. Por que não acreditar em alguém que é pago para me informar sobre o que é importante? E qual é o mal de ser influenciado, gente? A nossa vida inteira não é baseada nisso? Em pessoas nos dizendo o que é certo ou errado, verdade ou mentira? Se sempre olhamos para os extremos, qual é a importância da imparcialidade?
A resposta é: isso é muito perigoso!
Reflita sobre o jornalismo opinativo. Existem muitas discussões e argumentos sobre como ele é certo ou errado, mas as opiniões dos nossos comunicadores sempre existiram, mesmo que implícitas em seus textos e falas. É possível acabar com um candidato à qualquer cargo político superexpondo os seus podres ou transformá-lo em um herói sem ao menos citar o seu nome.
Um jornalista que defende o seu direito de expor sua opinião no exercício de seu trabalho pode pensar que está apenas lutando pelo direito de dizer a verdade ao público. Mas essa certeza de que nossas opiniões são verdades absolutas é o que gerou toda essa polarização que vemos, principalmente nas redes sociais. Acreditar em coisas não é pecado, mas usar o que você acredita para influenciar pessoas é o oposto de salvar o mundo.
Quantas vezes você já ouviu falar sobre fake news no último ano? Influenciando campanhas políticas, matando o seu artista favorito ou revelando a cura para o câncer, elas mostram um mundo com pessoas que não se preocupam mais com a verdade. São mentiras que muitos gostariam que fossem verdades e por isso essas notícias se espalham com tanta facilidade. O que isso tem a ver com imparcialidade? Nada. Eu só fico chocado com a proporção que isso tudo tomou.
No fim das contas, jornalistas não têm realmente o controle sobre a imparcialidade. De um lado existe o veículo com patrocinadores e pessoas que se preocupam com reputação. Um jornal tem vida e opiniões próprias que muitas vezes sobrepõem as de pessoas que trabalham nele. Do outro lado existe um profissional que talvez acredite que ainda pode mudar o mundo dentro de suas limitações e o seu posicionamento definido. Não estou dizendo para você fechar os ouvidos e não escutar nada que comunicadores tentam colocar na sua cabeça.
Na verdade, seria interessante se fizéssemos o contrário. Se os veículos conseguem dar apenas um lado da verdade, talvez uma solução seja buscar por pluralidade. Eu não estou falando de jornais, revistas e outros meios extremistas. O importante mesmo é tentar ouvir a maior parte das verdades sobre algo e formar a sua opinião. Você não precisa ser um seguidor fiel de algo ou abraçar uma porção de rótulos que fazem parte de um pacote pronto.
A imparcialidade pode não existir ou eu posso estar completamente errado. Talvez o mais importante seja você ter a habilidade e os recursos para definir isso sozinho.
Que bom que está na ativa novamente!
Excelente texto. As mídias não passam de anunciadores. Quem está pagando? Essa deveria ser uma pergunta padrão ao assistirmos as coisas né.
Solução quem sabe seria notícia em forma de fórum de discussões hehe, cada um adiciona sua visão e fica tudo na blockchain.
Muito importante suas considerações! Valeuuu! Aparece mais no grupo!
projeto #ptgram power
Tentarei passar sim 😁
Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!
Boa, @croniquista! É um choque de realidade entre a faculdade e a prática do jornalismo. É raro encontrar veículos de comunicação preocupados com a imparcialidade. Como se tornou um negócio, a visão da empresa sempre será a favor do interesse comercial. Mas, de vez em quando, dá para acompanhar algum jornalista independente :P Obrigado por compartilhar ;)
Na verdade eu n sei se isso resolve. O jornalismo independente é uma boa saída, mas quase todo mundo escolhe um lado e expressa a escolha de maneira clara ou subjetiva. Eu não acho que isso seja um problema, mas depende do leitor ter o discernimento pra entender que existem várias faces de uma verdade.
Ah sim, sem dúvida, cada pessoa enxerga os fatos de acordo com a sua visão de mundo, mas o jornalismo deveria ser mais informativo do que opinativo :D A propósito, o conceito de verdade dá uma discussão boa, hein? Hehehehe!
Certamente dá. Acho que essa essência da "não-opinião" se perdeu em algum lugar, porque parece que o jornalismo se tornou uma ferramenta para provar pontos de um veículo ou pessoa através da distorção dos fatos ou direcionamento de atenção para parte da verdade. Valeu pelo comentário, @casagrande
Ele voltou!!!!!! \o/
O conteúdo do teu texto está muito bom :) E você tem toda razão sobre a inexistência da imparcialidade no mundo jornalístico, é uma utopia e das grandes... Mas, como você bem disse na sua conclusão, ouvindo vários relatos sobre um fato, é possível descrever e informar, com um pouco mais de claridade e fieldade, o que realmente aconteceu.
Agora, sobre ser manipulado é questão de educação. Boa parte do mundo ainda tem este abismo e não é nada legal para a sociedade ter gente que lê algo, não é capaz de contextualizá-lo e, muito menos, analisá-lo (criticamente).
projeto #ptgram power
Muito bom o seu texto amigo, parabens.
Algumas consideracoes da minha parte:
E dificil ser totalmente imparcial, pois ao escrever um texto, mesmo que inconscientemente, o jornalista esta emitindo a opiniao baseado em suas crencas pessoais
O jornalista e um profissional, ou seja, ele trabalha tambem por dinheiro. Portanto,por razoes obvias ele nao vai querer se indispor e colocar o seu emprego em risco publicando certos conceitos artigos e opinioes.Ele nao vai morder a mao que o alimenta, certo?
A midia tradicional (em especial as TVs) funcionam em um esquema de concessao governamental. Auto-explicativo, nao?
Alem disso, em alguns casos as contas publicitarias desses meios sao, em sua maioria, de orgaos e empresas do governo. Auto-explicativo2
Entao realmente, por mais que o jornalista seja o mais bem intencionado possivel (e friso aqui: nao estou dizendo que os jornalistas NAO O SAO), eles de certa maneira estao presos ao sistema.
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Primeiro parabéns pelo texto, nessa recente manifestação podemos ver como a população em geral não acredita que mídias tradicionais, mas o irônico que essas mesmas pessoas mantém-se informadas via whats e facebook , é um pouco contraditório kkk
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Olá. Ótimo texto e que trata bem realidade na minha opinião, pois acredito que a imparcialidade 100% não existe, se para um jornalista ou para um pessoa comum que apenas realato um fato á outra.
A questão sobre ouvir diferentes opiniões sobre o mesmo para somente então ter a sua própria é o eu tento fazer e acredito que muitos outros também, mas vejo que uma boa parte da população não pensa assim, simplesmente "consome" aquilo que é dito pelo comentarista do jornal da TV e não quer pesquisar sobre. É aquilo e pronto!
Não sei o que poderia ser feito para mudar isso, provavelmente iincentivar mais o pensamento crítico na sociedade.
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Não vejo como possível um jornal ser imparcial, pois afinal o homem é parcial, então seria muito melhor assumir uma parcialidade, mas honesta, do que assumir uma falsa imparcialidade
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